Uma tempestade de poeira tomou conta do meu apê, está tudo sujo deste pó
finíssimo.
Obras fazem alarde, sujam a casa que nunca está limpa.
Eu
gosto de limpeza e transparência.
Novos horizontes estão surgindo da
massa bruta e caótica.
Alguma coisa eu já organizei.
Agora, acordo para
dar atendimento ao chefe-pedreiro, um grande artista em construções e
reformas.
Estou nesta luta contra o tempo que tenho para me importar.
Já gastei uma grana preta, e essas semanas atravessam mais
um mês de inquietudes, ânsias e sonhos coloridos.
A realidade não está
sendo fácil e com muita dificuldade as coisas devem se acertar.
Não
tenho previsão para quando as minhas obras estejam prontas para serem
desfrutadas.
Faz sete anos que estou morando aqui e pretendo ficar até
quando o mundo se acabar.
Estou ficando vovô assim como o papai Noel.
O
tempo é o melhor remédio. Ida e voltas em torno de um círculo infinito.
Tenho fé que tudo acabe bem.
No mais, meus sentidos estão se renovando a cada dia.
Não sinto nada
demais com os meus trabalhos, parece que tudo faz parte da natureza e do
homem, nos bastidores do teatro-ginásio.
Eu faço o meu papel como
representante desse planeta.
A vida não é nenhum bicho de sete cabeças.