sábado, 19 de dezembro de 2015

Arquétipo do pescador

O tempo aqui está uma calmaria.

O Sol não está nervoso nem vibra com intensidade.

Ainda é inverno, até quarta-feira quando começa a primavera.

 Não tenho nada que fazer. Quem nadam são os peixes do mar.

 Deste lado da vida só tem o imprescindível, o que não pode faltar.

Do outro lado está um caminho imenso que não leva a lugar nenhum.

Esta cidade é um "labirinto arquitetônico". Esta cidade não é a televisão, mas um mundo real feita de muitas distancias que separam o "eu" de qualquer coisa promissora.

O que é que estou fazendo aqui, neste paraíso onde nem os céus nem a terra se encontram em lugar nenhum? 

Minha existência é sinistra, e os mistérios da vida estão ocultos ou possuem um significado hermético. 

Vim aqui para discursar...vê com os meus próprios olhos a insignificância das palavras sem o ato de percepção da mente.

Mas afinal o que é mente? O inconsciente coletivo está cheio de símbolos e arquétipos.

Sou o arquétipo do pescador, que procuro os "peixes" para fisgar com o meu anzol. 

Mas nessa "terra" há lugar para a "pescaria"? Os "peixes" hoje em dia tem nome de comércio e indústria. 

Fala-se num mar de possibilidades terrenas. Valores terrenos, poderes celestiais. 

Ademais, Jesus era pescador de homens. Mas nenhum deles viveu para contar o presente.

Em pleno século XXI, a história dos povos anda muito esquecida para os seus habitantes.

Um comentário:

  1. Licença para acrescentar: a imagem refletida, na água como espírito, induz a buscar, o tesouro interior profundo, onde o pescador encontra o encanto das sereias, no individual inconsciente coletivo. Jung. Agradeço.

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