O tempo aqui está uma calmaria.
O Sol não está nervoso nem vibra com
intensidade.
Ainda é inverno, até quarta-feira quando começa a
primavera.
Não tenho nada que fazer. Quem nadam são os peixes do mar.
Deste lado da vida só tem o imprescindível, o que não pode faltar.
Do
outro lado está um caminho imenso que não leva a lugar nenhum.
Esta
cidade é um "labirinto arquitetônico". Esta cidade não é a televisão,
mas um mundo real feita de muitas distancias que separam o "eu" de qualquer
coisa promissora.
O que é que estou fazendo aqui, neste paraíso onde
nem os céus nem a terra se encontram em lugar nenhum?
Minha existência é
sinistra, e os mistérios da vida estão ocultos ou possuem um
significado hermético.
Vim aqui para discursar...vê com os meus próprios
olhos a insignificância das palavras sem o ato de percepção da mente.
Mas afinal o que é mente? O inconsciente coletivo está cheio de símbolos
e arquétipos.
Sou o arquétipo do pescador, que procuro os "peixes" para
fisgar com o meu anzol.
Mas nessa "terra" há lugar para a "pescaria"?
Os "peixes" hoje em dia tem nome de comércio e indústria.
Fala-se num
mar de possibilidades terrenas. Valores terrenos, poderes celestiais.
Ademais, Jesus era pescador de homens. Mas nenhum deles viveu para
contar o presente.
Em pleno século XXI, a história dos povos anda muito
esquecida para os seus habitantes.
Licença para acrescentar: a imagem refletida, na água como espírito, induz a buscar, o tesouro interior profundo, onde o pescador encontra o encanto das sereias, no individual inconsciente coletivo. Jung. Agradeço.
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