A cidade feita de pedra, quando eu a vejo pela janela do meu quarto é feia e sombria.
Está gravada na memória do coletivo. Linhas paralelas só se encontram no infinito.
Que diabos estou fazendo aqui no meio desse inferno labiríntico que os arquitetos criaram...?
Sou só, um eu só. Sou pobre e aparentemente fodido pela droga do capitalismo.
Não tenho nenhuma outra saída senão de sumir, evaporar e não ligar para nada senão para a minha fobia de vida não vivida e não experimentada.
Tenho sim, trabalhado neste "projeto", que não é grandes coisas...
Vivo de quarentena e total isolamento social.
De vez em quando tenho que sair desse meu mundinho, para viajar por outro mundo transitório e impermanente.
Acho que não tenho nada com essa cidade que fede e é mal frequentada. Onde eu moro não há nenhuma outra alma por perto...
Esse isolamento me deixa sem argumentos para pensar ou agir, vou vivendo como posso num dilema entre o acordado e o dormindo. Será que estou acordado?
Ou vivo mesmo numa Matrix, dominada pelas máquinas...?
Meu tempo eu passo contemplando os frutos do meu trabalho artístico.
Ao contrário do que se possa pensar, tenho pouca coisa a pensar e meus problemas estão chegando com a idade que passa.
A vida é muito apegada ao corpo, e é esse corpo com qual tenho feito qualquer coisa de comum a todos os seres que habitam essa terra.
A lei da gravidade, entretanto, é para todos...
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