Deus é uma bomba.
Não há lugar no céu que não esteja cheio desse
inferno.
Vivendo num relógio feito de pedra, acima do plano terrestre,
numa altura bem distante o universo meu também me dá vertigens.
Não há
recompensas para mim, desolado em meus pensamentos e meus braços...
Chego a ficar agonizando e o meu corpo arder nos infernos aéreos.
Amanhece, e vem a "peste" luminosa e quente abrasar todo o cenário
carioca.
De eterna brancura passo a um amarelado ácido, como folha de papel
envelhecido.
Amanhã, devo trabalhar, um trabalho que não produz nenhuma
recompensa.
São ossos do ofício o que faço?
Merda, ninguém responde por
mim.
Devo aturar mais uma sessão de esperas que nunca chega.
A
"esperança" é uma ilusão doentia da medicina e o hospital um lugar de
pouco bom senso.
Acho que não tenho nada a esperar...vou ficando caduco e a minha razão sobre o mundo exterior é de extrema repugnância.
As horas parecem demorar e passam devagar, mesmo sabendo que sua
duração não é eterna.
Uma hora chega, no qual eu me dou conta, e lá vou
eu novamente para a "terra do nunca"...
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