Estou cercado por paredes feitas de escárnios.
Vou perambulando solto no
ar que respiro.
Nunca encontro o nada.
O nada foge ao meu alcance.
A
terra chechelenta usufrui da minha presença física, mas a minha
realidade mental é de um debiloide.
O tempo não evolui, nada se
acrescenta a essa escatologia religiosa.
Não posso reclamar do que
tenho.
As portas não falam. As "janelas da alma" me parecem coloridas.
A
luz se dissolve por todos os horizontes.
Eu, "catador de milho e pontos",
pontifico minhas criações apesar de serem apenas trans-literaturas.
Minha consciência hora se expande, hora se contrai.
Estou na experiência
da "contração". Estou muito concentrado em mim, minha atenção é total.
Os ciclos do que chamamos "tempo" se repetem rotineiramente e o que me deixa mais apreensivo é essa "rotina" de todos os dias.
Só tenho como "produto" do real, minha imaginação e memórias dos sonhos
que já tive.
Não tenho hora para dormir.
Durmo quando já estou de "saco
cheio".
Aí, percebo que já não há mais escapatória para a dura
realidade do hoje.
Por hoje é só.
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