domingo, 22 de janeiro de 2017

As portas não falam

Estou cercado por paredes feitas de escárnios.

Vou perambulando solto no ar que respiro.

Nunca encontro o nada.

O nada foge ao meu alcance.

A terra chechelenta usufrui da minha presença física, mas a minha realidade mental é de um debiloide.

O tempo não evolui, nada se acrescenta a essa escatologia religiosa.

Não posso reclamar do que tenho.

As portas não falam. As "janelas da alma" me parecem coloridas.

A luz se dissolve por todos os horizontes.

Eu, "catador de milho e pontos", pontifico minhas criações apesar de serem apenas trans-literaturas. 

Minha consciência hora se expande, hora se contrai.

Estou na experiência da "contração". Estou muito concentrado em mim, minha atenção é total.
 

Os ciclos do que chamamos "tempo" se repetem rotineiramente e o que me deixa mais apreensivo é essa "rotina" de todos os dias.

Só tenho como "produto" do real, minha imaginação e memórias dos sonhos que já tive.


Não tenho hora para dormir. 

Durmo quando já estou de "saco cheio". 

Aí, percebo que já não há mais escapatória para a dura realidade do hoje. 

Por hoje é só.

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