domingo, 15 de março de 2020

Por que se ocupar? (parte 01)


Eu não tenho mais o que fazer, ando já cheio de coisas ao meu redor. Não me falta colorido neste lugar. Mas fico de “mãos vazias” se eu não crio ou produzo alguma coisa, que represente algo significativo. 

Acho que o problema é esse; o sentido que não tenho para criar.... Parado que eu não gosto de ficar. Sei que tem coisas nesta vida que são aparentemente insignificantes ou indiferentes. O “estado” tem muitos problemas, quem o criou não pensou em absolutamente nada. Mal planejamento. 

Nesse caso, nem vejo o brilho das estrelas, o universo aqui me é vedado. Entretanto, não sou cego e percebo que esta situação não é muito auspiciosa.

Vou ficar “vagando” no meio da “noite dos tempos”, e nada do que foi feito se fez... Tenho que imaginar um jeito de me opor ao desânimo e a desmotivação de não ter nenhum “estímulo” mental para preencher os meus sonhos (que são muitos e variados). 

Meu inconsciente cria coisas maiores que quando estou na realidade ou consciente de mim... tudo isso parece loucura, mas acho que é a vida velada por um deus desconhecido, que produz coisas que nem eu consigo imaginar estando acordado. 

O que posso fazer de fato para sair desse marasmo (mesmice)? Penso, logo existo que tenho que fazer um esforço enorme para mudar a cor dessa mesa.

Mas aí, percebo que o meu “lugar” escritório ou atelier, depende da minha vontade em querer organizar as “imagens” que certas coisas se definem neste cenário um tanto obscuro e soturno da minha coleção de coisas que tenho como assistente. 

Estava pensando se eu não posso trocar a minha cabeceira de cor mogno (ou vinho), por outra de uma cor menos densa e pesada como parece algo mais informal como a prata. Essa é uma ideia de decoração caseira se não custar caro e se eu encontrar o que quero. Só vendo a “grana”.

Não há o que fazer... estou esperando alguma resposta deste lugar “mal-assombrado”, não consigo ir adiante... pareço estar num círculo vicioso.

Para quê tantas abstrações, se de fato eu não sei mais o que pensar, vou ficar penando, eu e a minha alma. O “tempo” tem estado delirante, com muitas nuvens no céu e uma pálida claridade de sol.

Parece até inverno em plena primavera...

Estou dormindo em sonos e sonhos profundos, mas descanso bem. Acordo meio embebido pelas imagens que o meu inconsciente produz e mal me lembro do ocorrido. Tenho produzido alguma coisa de real, neste tempo surreal sem pé nem cabeça. 

Estou tentando me concentrar em meus pensamentos, mas parece que estou “embebido” no espaço-tempo desse tempo chuvoso. Agora tem mais um feriado pela frente, em que tudo está fechado. Meu ventilador branco, foi pra casa do caralho...

Anda fazendo o inferno, o “caldo quente” desse Sol que é o centro nuclear do mundo. Também não estou “centrado” e os meus pensamentos parecem flutuar sem destino certo. 

Que casa feia é esse chão de “sofredor”. Isto não me leva a nada, não me inspira nada. Não tenho onde me “projetar”, já que tudo existe numa merda sem sentido. Essa “terra” não tem arte, é coisa medíocre, desprezível. Esse caso não tem solução...


Infelizmente, tenho que conviver com essa ignorância. Acho que o Sol também não ajuda. É muito chato, conviver sozinho com uma coisa que não me diz respeito. Caso perdido, não há “emprego”, nem utilidade.


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